abrindo as portas da casa: uma nova fase

Em tempos de dispersão e ruído, pertencer se torna um ato essencial — e radical. Essencial porque não se explica apenas com palavras: manifesta-se em presença, cuidado, gesto. Radical porque desafia o fluxo dominante, afirmando o valor do comum, da relação e do tempo partilhado.

Ojaskara nasce como esse gesto — e também como campo. Um terreno fértil, uma superfície onde práticas, experiências diversas se cruzam e se renovam: saberes védicos e estratégias culturais, processos de escuta e intervenção, cuidado de pessoas e de territórios. Tudo pulsa junto, dissolvendo fronteiras entre corpo e cidade, entre indivíduo e coletivo, entre o íntimo e o cósmico.

Mais do que uma plataforma de serviços ou um portfólio de projetos, Ojaskara é uma prática viva de pertencimento – um espaço onde percursos pessoais e institucionais se encontram, onde experiências culturais, sociais, urbanas e sutis se integram para apoiar processos de regeneração, cuidado e reconexão.

Agora, essa expansão se concretiza também no site, com a nova seção Projetos. Não é uma vitrine de resultados prontos, nem um arquivo estático. É uma cartografia em processo: espaço de construção contínua, onde experiências passadas e presentes se encontram para projetar novos futuros.

Corpo, casa, território

Corpo individual e coletivo. Casa como lugar, abrigo, templo, gesto de acolher e ser acolhido. Território como expressão de cuidado, tempo e afeto partilhado.

Ojaskara se apoia nesta arquitetura sutil, dissolvendo fronteiras entre dentro e fora, entre o visível e o invisível, reconhecendo as camadas de uma mesma paisagem. Cada projeto emerge desse intervalo vivo entre práticas urbanas, museológicas, védicas e poéticas — onde o pertencimento não é dado, mas cultivado com intenção e presença.

É neste campo relacional que Ojaskara se reinventa:

Como prática, orientação e consultoria – para pessoas, comunidades, instituições e territórios que buscam se reconectar com sua própria potência de transformação. Quem chega em busca de orientação, sentido ou direção traz também consigo um manancial de saberes e vivências, que podem propiciar uma partilha.

Isso transforma cada encontro numa troca justa — um gesto que marca a superfície comum, onde escuta e entrega se alimentam mutuamente.

Uma cartografia em movimento

A nova seção Projetos se apresenta como um mapa vivo, feito de ideias, memórias, intervenções, imagens, registros, vivências. Um espaço em transformação, onde cada realização será incorporada aos poucos — no compasso natural das coisas.

O ponto de partida é a Casa da Pertença, projeto em desenvolvimento com a APPC, no Porto – uma proposta museológica sensível que sintetiza uma trajetória interdisciplinar, tecendo passado, presença e futuro como gesto contínuo de cuidado. 

Nos próximos meses, outros percursos se somarão: intervenções urbanas, práticas védicas, produções culturais, arquivos, publicações, encontros e colaborações. O elo entre tudo isso não está na forma — mas no desejo de cultivar sentido, tecer relações e abrir caminhos — com pessoas, lugares, memórias e futuros possíveis.

Manifesto em movimento

Pertencer é um gesto. Uma prática viva. Um campo que se cultiva.
Ojaskara nasce do encontro entre tradição e abertura.
Entre o corpo e o território.
Entre o visível e o invisível.

Entre o que pulsa dentro e o que pede forma no mundo.

É espaço de passagem — e também de permanência.
Apoia travessias de cuidado, regeneração e renovação, entrelaçando tempo, memória, espaço e presença.

Aqui, saberes védicos e práticas culturais não apenas coexistem: nutrem-se mutuamente.
Como raízes que sustentam. Como rios que se encontram.

Ojaskara é convite:
A pertencer de jeitos novos.
A atravessar paisagens internas e externas.
A escutar o que ainda não tem nome, nem forma — mas já é caminho.

Caminhar junto

A seção Projetos não está finalizada— e talvez nunca esteja.
Porque cada projeto é mais que um resultado: é uma pergunta aberta, uma escuta em curso, uma trama partilhada.

Se desejar acompanhar essas travessias – ou propor uma colaboração, uma ideia ou um projeto que também busque sentido, cuidado e pertença – as portas seguem abertas.

fotografia de Fernanda Curi, Portugal, 2022.

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